A História da Água em Timbó
O problema é que as águas dos rios, nascentes e lençóis freáticos não possuem a mesma qualidade que tinham antes do crescimento das cidades.
Por este motivo, em novembro de 1971, o município de Timbó assinou com a CASAN um convênio que concedia a exploração dos serviços públicos de abastecimento de água e esgoto, durante um período de trinta anos.
Durante este período foi implantado o primeiro sistema de captação, tratamento, e distribuição de água potável do município de Timbó, que foi essencial para oferecer qualidade de vida para os moradores da cidade, e ainda incentivar as atividades comerciais e industriais.
Com o término da vigência do contrato de concessão, Timbó reconheceu que a prestação dos serviços por uma entidade municipal poderia trazer ainda mais benefícios para a população, como o aumento na qualidade do atendimento, a agilidade na tomada de decisões, a integração do planejamento municipal com os investimentos em sistemas públicos de saneamento básico para incentivar o desenvolvimento de bairros e regiões do município, entre outros.
Desta forma, em dezembro de 2001, foi criado o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto – SAMAE, através da Lei Complementar nº 212, de 21 de dezembro de 2001.
No período entre novembro de 2001 a novembro de 2002, a CASAN continuou com a prestação dos serviços de saneamento básico sem a anuência do município, através de liminar judicial.
No dia 6 de dezembro de 2002 por Decisão Judicial do TJ-SC, o município de Timbó retomou a prestação dos serviços públicos do abastecimento de água, onde efetivamente o SAMAE entrou em funcionamento, e agora segue com suas atividades até hoje.
Captação da água
O Rio Benedito é o manancial superficial que o SAMAE utiliza como fonte para o seu sistema de captação, de modo que a água bruta é encaminhada para o tratamento, e posteriormente para a distribuição de água potável da cidade de Timbó.
O Rio Benedito é um afluente da margem esquerda do Rio Itajaí-Açu, corre de oeste para leste até encontrar o Rio Itajaí-Açu, já fora do município de Timbó. Corta os municípios de Doutor Pedrinho, Benedito Novo, Rodeio, Timbó e Indaial.
Em 2014, o SAMAE realizou investimentos importantes no sistema de captação de água bruta, com a instalação de uma nova adutora de 400 milímetros de diâmetro, que permitiu um aumento da capacidade de transporte da água bruta do Rio Benedito até a Estação de Tratamento de Água do SAMAE.
Tratamento da água
A Estação de Tratamento de Água do SAMAE, conhecida como ETA, está localizada no endereço Rua Rio de Janeiro, 433 e possui a capacidade de tratar até 125 litros de água por segundo, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Diariamente são captados em torno de 10 milhões de litros de água do Rio Benedito, que são tratados na ETA e encaminhados para a população do município de Timbó através do sistema de distribuição de água do SAMAE.
A ETA conta com uma equipe de técnicos responsáveis pela operação do sistema de tratamento de água, além de profissionais que monitoram constantemente a qualidade da água bruta e tratada com o auxílio de análises realizadas em laboratórios.
Além do monitoramento da água bruta e tratada dentro da ETA, o laboratório realiza coletas em residências, escolas, creches, postos de saúde e outros pontos estratégicos em diferentes regiões de Timbó, para comprovar a qualidade da água que foi distribuída. Os resultados destas análises são públicos, e podem ser encontrados no site do SAMAE e nas faturas emitidas.
O sistema de tratamento de água consiste no tratamento completo que tem as seguintes etapas abaixo:
Coagulação:
A água bruta que vem do Rio Benedito recebe uma dosagem de sulfato de alumínio logo ao entrar na ETA. Este produto polariza as partículas de sujeira, fazendo com que elas funcionem como “ímãs”, e iniciem um processo de aglutinação.
Floculação:
Nesta fase, a água sofre constantes mudanças de direção, fazendo com que as partículas polarizadas de sujeira encostem umas nas outras, formando flocos cada vez maiores.
Decantação:
Ao final do processo de floculação, grande parte da sujeita que existia na água bruta foi aglutinada em flocos maiores e mais pesados. Estes flocos maiores e mais pesados sofrem a ação da gravidade, e acabem sendo retidos nos tanques de decantação, sendo acumulados no fundo dos tanques.
Filtração:
Algumas partículas de sujeira acabam passando pelo processo de decantação, por serem mais finas e mais leves. Por este motivo, após os tanques de decantação, existem filtros de areia e carvão ativado, que vão remover e reter qualquer partícula que tenha passado pela etapa de decantação.
Desinfecção:
O processo de desinfecção ocorre na câmara de contado quando todas as partículas de sujeira já foram removidas. A desinfecção acontece través da adição de produtos à base de cloro, eliminando qualquer bactéria ou microrganismo que exista entre a estação de tratamento de água, e a casa das pessoas, e que possa colocar a saúde das pessoas em risco.
Fluoretação:
Ainda na câmara de contato, ocorre a adição do flúor, um importante produto que ajuda na prevenção e redução da incidência de carie dentária.
Correção de pH:
A última etapa do tratamento de água é a correção do pH. O pH é uma medida de acidez da água, e ele deve ser o mais próximo possível de 7, que é o pH neutro. Por este motivo, a correção de pH é realizada com a adição de produtos à base de cal, que auxiliam no controle do pH da água que sai da ETA.